Sobe número de crianças gripadas e resfriadas na Bahia; Veja como prevenir
Com um clima tropical, Salvador é uma cidade que não enfrenta invernos rigorosos, mas durante os meses de junho a setembro, as temperaturas costumam baixar e o grupo das crianças é um dos mais afetados com as mudanças de temperatura. No entanto, mesmo antes do período, o número de indivíduos do grupo infantil com doenças respiratórias aumentou na Bahia.
Até 1º de abril de 2024, foram notificados 2.165 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com registro de 128 óbitos. No mesmo período de 2023 foram notificados 2004 casos, observando-se um aumento de 8,03%. A faixa etária de maior incidência de casos de SRAG no ano 2024 foi a de menores de 1 ano (179,3/100.000 hab) seguida de 1 a 4 anos (62,7/100.000 hab).
Infectologista Giovanna Orrico explica sobre doenças respiratórias em crianças | Foto: Arquivo Pessoal
De acordo com a infectologista e diretora técnica do Instituto Couto Maia, Giovanna Ricco, no período de inverno em Salvador, predominam infecções respiratórias em vias aéreas superiores e inferiores, como sinusite, laringite, e principalmente pneumonias. “Os principais agentes nesse período são os vírus, que resultam em problemas respiratórios, como o vírus Influenza [transmitidos através da tosse, espirro ou contato com superfície contaminada], o Covid”, diz a especialista em entrevista ao Portal A TARDE.
Segundo ela, esses vírus podem evoluir para um quadro de pneumonia, fazendo com que a criança venha a precisar de internação ou ventilação mecânica, em determinados casos. Em segundo lugar, as doenças mais frequentes nesse período são as transmitidas através de bactérias, como pneumonias graves, que podem ser causadas a partir de estafilococos ou broteinofos, principalmente em crianças de até 5 anos.
Cuidados
A infectologista também deu dicas de cuidados que os pais e as escolas devem ter com as crianças nesse período para evitar contrair um resfriado ou gripe. Confira:
– Evitar expor crianças a aglomerações: “Muitas vezes, vemos crianças em shopping, em locais aglomerados, como crianças de dois anos, que não tem imunização adequada. É necessário que essa criança seja poupada”, diz. Ainda de acordo com a infectologista, isso acontece porque a via aérea da criança é estreita e a chance dela precisar de oxigênio suplementar ou até intubação por causa da dificuldade de respiração é maior;
– Manter carteira de vacinação em dia: segundo a especialista, para isso, é necessário uma parceria entre os pais e a escola. Através da exigência do cartão de vacina pela escola, os pais podem se atentar para falta de imunizações;
– Qualquer caso de febre, problema respiratório ou gemência – quando a criança fica irritada, – levar para o especialista avaliar;
– Higienização das mãos com água e sabão ou com álcool em gel;
– Higienização do lanche que vem de casa ou do lanche que é oferecido na escola, como frutas;
– Higienização dos brinquedos, mesas e cadeiras;
– Manter crianças doentes ou que tem algum sintoma respiratório ou outro como diarreia, que a criança não frequente a escola e que os pais tenham consciência, porque a depender do agente transmissor, isso vai ter uma disseminação rápida;
– Evitar aglomerações e separar as crianças em pequenos grupos durante brincadeiras.
Para os cuidados mencionados por Giovanna Orrico, também é necessário pontos de atenção nas escolas que lidam com o público infantil. Segundo a coordenadora pedagógica da educação infantil da Gurilândia Federação, Calila Maria Brandão, o primeiro passo é a parceria da instituição com a família, para educação de como viver em coletividade. “A gente costuma mandar avisos quando as crianças apresentam sintomas que podem ser indícios de virose, para que as crianças possam ter uma observação cuidadosa primeiro em casa”, diz a coordenadora.
“A gente pede que a família leve a criança ao pediatra e apresente um atestado de dias para saber quando a criança poderá voltar ao convívio”, complementa. Segundo Calila, a escola em que atua segue diversos protocolos de limpeza, divididos por grupos. “Higienização do espaço, dos brinquedos de plástico e madeira, que tem outro tipo de limpeza, que são de uso coletivo, das mesas, cadeiras e do ar condicionado, que é importante ser feito regularmente”. A Gurilândia também tem enfermeira todos os dias em horário de funcionamento da escola.
Como controle para aglomeração, a escola faz uso da área externa, além de abrir janelas e portas para o ar circular melhor. “É ensinar as crianças, se for tossir, colocar a mão na boca, e que depois essa mão, precisa ser lavada. Até em casa, se a criança estiver resfriada, é correto deixá-la descer para brincar no Playground? Ou seria melhor essa criança ficar em casa se recuperando?”.
A mãe de Matheus Chetto, de 7 anos, a advogada Thayana Chetto, de 47, diz que sempre está atenta ao estado de saúde do filho nesse período. “Se meu filho apresentar questão de tosse, coriza, eu deixo ele em casa para verificar se isso vai se intensificar ou não. Eu lavo o nariz com soro fisiológico. Se no próximo dia, ele estiver melhor, ele volta para a escola”, explica.
A Tarde