Estado da Bahia registra queda no número de inadimplentes
Uma das coisas mais comuns que boa parte dos consumidores faz é comprar algo no cartão de crédito e parcelar. Muitos acreditam que é a melhor opção, pois quanto maior a quantidade de parcelas, menor o valor. Contudo, quando chega o boleto, vem também a preocupação de como aquela conta será paga, e muitos desses consumidores acabam adiando o pagamento gerando uma bola de neve e entrando para o grupo dos inadimplentes.
Segundo dados da Serasa, empresa de controle do sistema financeiro, no Brasil, em junho deste ano cerca de 71,45 milhões de pessoas estavam inadimplentes, representando um total de 262,80 milhões de dívidas. Já o valor médio da dívida por pessoa era de R$4.846,15 somando um quantitativo de R$346,3 bilhões. As principais causas do endividamento dos brasileiros são os cartões de crédito e bancos (31,13%), seguidos pelas contas básicas a exemplo de água, luz e gás (22,07%) e financeiras (15,20%).
Fazendo um recorte regional, de acordo com dados do Serasa, no mês passado, a Bahia estava em 19⁰ lugar em comparação aos demais estados do país no ranking da inadimplência. Segundo o Mapa de Inadimplência da Serasa, 4,6 milhões de baianos têm dívidas, isso significa que 40,8% da população está nesta situação, pouco abaixo da média do país, que é de 43,7%. Com isso, o estado tem 13,8 milhões de dívidas, que juntas somam mais de R$17 milhões.
Ainda assim, o mês de julho registrou uma queda no número de pessoas endividadas no estado, em comparação ao mês anterior. Em junho, o total chegou a 4.682.050 e no mês de julho o quantitativo de pessoas foi de 4.623.195, ou seja, quase 60 mil baianos saíram do vermelho. O mês de julho representou a primeira queda do ano na Bahia. Ainda segundo dados da Serasa, o baiano deve em média R$ 3.744,19. Já Salvador é a 4ª capital onde tem mais pessoas inadimplentes, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza.
O alto preço dos alimentos e combustíveis, não realizar compras de forma consciente, ou seja, pensando se determinado produto é necessário ou não, além do descontrole na hora de passar o cartão de crédito, são alguns dos principais motivos pelos quais a pessoa torna-se inadimplente. O economista, Raimundo Sousa cita outros fatores que contribuem com isso.
“A elevada taxa de desemprego influencia bastante, mas não é só isso. Há também os salários reduzidos. Além disso, quando as pessoas compram sem fazer um planejamento anterior para verificar se elas estão realmente precisando adquirir aquele bem ou serviço, isso muitas vezes vai impactar num maior endividamento, e consequentemente, na inadimplência. Outro fator é a taxa de juros, que no Brasil, é muito elevada, principalmente a taxa de juros do cartão de crédito, tornando o crédito muito caro”, explicou.
Após conhecer os fatores que influenciam de maneira negativa para que as pessoas fiquem endividadas com uma facilidade maior, o próximo passo é se aprofundar em conhecimentos da educação financeira. Aprender a economizar todos os meses, mesmo ganhando pouco; criar metas alcançáveis e controlar os gastos são alguns dos aprendizados necessários para não entrar no grupo da inadimplência.
Tribuna da Bahia