Petrobras tem prejuízo bilionário na Bolsa após reduzir preço da gasolina

A Petrobras anunciou nova redução no preço do combustível, nesta sexta-feira (30), um dia após os impostos federais sobre a gasolina (PIS/Cofins e Cide) voltarem a ser cobrados de forma integral. Este é o quinto corte desde o início do ano e o terceiro desde a divulgação da nova política de preços.

A redução foi de R$ 0,14 por litro, ou 5,3% no preço médio de venda para as distribuidoras. A medida passa a valer já a partir deste sábado (1º) e o valor do litro que sai das refinarias da estatal passará a ser de R$ 2,52 por litro.

O mercado não recebeu bem o anúncio e as ações com voto (ON) da Petrobras recuaram 5,13%, sendo negociadas a R$ 33,10. A maior queda desde o dia 2 de janeiro. Para analistas, a decisão da estatal busca compensar a reoneração integral de impostos.

Na bolsa, em um único pregão, a empresa perdeu R$ 21,7 bilhões em valor de mercado e agora vale R$ 411,77 bilhões. Na avaliação de Sérgio Araújo, presidente executivo da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a redução no preço da gasolina não é justificável do ponto de vista técnico.

Nos cálculos da Abicom, o preço médio da gasolina praticado pela estatal já estava R$ 0,34 abaixo do preço de paridade internacional (PPI), portanto, a expectativa seria de aumento.

Desde 16 de maio, a Petrobras adota uma nova política de preços e não mais a paridade internacional. Ainda assim, analistas ainda levam em conta a referência do PPI, pois argumentam que alguns dos fatores incluídos na nova metodologia da empresa são de difícil mensuração.

Em relatório, analistas do Itaú BBA destacam que o novo preço de R$ 2,52 bate com as estimativas do banco para a faixa de preço considerada na nova estratégia comercial da companhia.

“Isso reforça nosso entendimento de que a companhia pode estar explorando o limite inferior da atual faixa de preço da gasolina desde o primeiro dia da atual nova estratégia comercial, conforme nossas estimativas”, afirmam os analistas do banco. O Itaú BBA destaca que o corte compensará parcialmente a devolução dos tributos federais sobre a gasolina.
A redução de preços da Petrobras também vai atenuar o impacto da reoneração na inflação. Alexandre Maluf, economista da XP, projetava alta de 3% da gasolina em julho, com a cobrança integral dos impostos. Com o anúncio da Petrobras, a alta será somente de 0,13%. Para o IPCA, índice oficial de inflação, fechado de julho, a expectativa da XP é de deflação de 0,11%.

Bocão News