“O crime organizado na Bahia não vai se criar, diz governador”

Nesta quinta-feira (20), durante a entrega de obras no município de Irará, o governador do Estado, Jerônimo Rodrigues, declarou em entrevista coletiva que o crime organizado na Bahia “não vai se criar” e apontou o que o estado tem realizado para conter a violência.

“Nós fazemos concursos, entregamos viaturas, armas e câmeras para garantir que a nossa polícia tenha condições ideais de ir para cima e garantir a paz e a segurança em nosso estado. Vocês têm acompanhado os dados de 2022, e eu peço que comparem com 2023 e também observem a redução de casos já em 2024. Se alguém tem interesse em ficar falando coisas que não deveria, paciência. Nós vamos continuar trabalhando, mas eu afirmo que o crime organizado na Bahia não vai se criar, não vai se fortalecer”, declarou Jerônimo.

Na quarta-feira (19), o portal Acorda Cidade divulgou que Feira de Santana é a décima cidade mais violenta do Brasil, de acordo com o Atlas da Violência 2024. A pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelou que o município possui uma taxa de 66 homicídios por 100 mil habitantes, com uma população de cerca de 616 mil pessoas, segundo dados de 2022.

Além de Feira de Santana, outras sete cidades baianas estão no ranking das mais violentas: Santo Antônio de Jesus (94,1), Jequié (91,9), Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6), Juazeiro (72,3) e Salvador (66,4).

O estudo destaca que a violência se espalhou por toda a Bahia, com facções disputando territórios, principalmente em Salvador e Camaçari, o que não tem sido diferente em Feira de Santana. Após a divulgação do levantamento, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) emitiu uma nota afirmando que reduzir a violência é uma prioridade e apontou uma queda de 27% nas mortes violentas nos últimos sete anos. De 1º de janeiro a 15 de junho de 2024, houve uma redução de 11% nos homicídios, segundo a SSP.

“Eu tenho acompanhado com o meu lugar, eu não fico sabendo que dia é, aonde é, quem vai, quantos vão, mas a minha determinação é fazer operações, eu não posso me envolver, no sentido de me meter, mais na Bahia, eu tenho pedido constantemente para que a gente possa enfrentar a onda de crime organizado. Nós não vamos abrir mão do papel da Polícia Civil, da Polícia Militar, DPT, de enfrentar”, disse o governador.

Segundo ele, o trabalho das forças de segurança é indispensável para combater a criminalidade. Só nos últimos 17 meses, a polícia retirou de circulação 80 fuzis, 15 toneladas de drogas, 9 mil armas de fogo e capturou cerca de 26 mil criminosos. Além disso, 3.200 novos policiais e bombeiros foram contratados e, 1.500 novas viaturas, algumas semiblindadas, foram entregues.

“Nós continuaremos fazendo operações diuturnamente para enfrentarmos esse tema que é claro, não é só da Bahia, do Brasil inteiro, mas na Bahia nós estamos mostrando força, a operação que fizemos essa semana para segurança pública, a apreensão de um conjunto de pessoas, drogas, armas. Vocês viram que autorizei um pelotão aqui em Irará, vocês vão continuar vendo isso”, declarou.

Além disso, o governador declarou que a Segurança Pública no estado vai avançar no combate ao crime organizado que vem de dentro dos presídios. O gestor deve se reunir com Ricardo Lewandowski, Ministro da Justiça, para discutir as ações de enfrentamento. 

“Vocês vão ver ações nos presídios. Nós vamos adentrar os presídios. Estamos aguardando uma conversa com Lewandowski, Ministro da Justiça e da Segurança Pública para gente poder entrar de frente com o tema dos presídios”, acrescentou. 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade