INSS tem mais vagas desocupadas do que servidores em atividade; déficit é de 21 mil cargos em aberto

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem 21.884 cargos desocupados, mostram números do instituto disponíveis no portal de dados abertos do governo federal. O Distrito Federal concentra 79% das vacâncias do INSS, com carência de 17.361 servidores. Em seguida, estão Pernambuco (1.200) e São Paulo (1.062). Segundo o levantamento, que considera o período de janeiro de 2015 a julho de 2023, quatro unidades federativas não têm carências (confira no mapa abaixo). A quantidade de vacâncias é superior ao número total de servidores — 19.768.

As aposentadorias lideram a lista de motivos, com 16.086 (73,5%) casos. As desocupações incluem, ainda, razões como exoneração e morte. Veja:
• Aposentadoria: 16.086 (73,5%)
• Redistribuição: 3.695 (17%)
• Falecimento: 668 (3%)
• Posse em outro cargo: 575 (2,6%)
• Exoneração: 559 (2,5%)
• Demissão: 293 (1,3%)
• Anulação e decisão judicial: 8 (0,1%)

O INSS é responsável pelo pagamento de aposentadorias e outros benefícios aos trabalhadores que contribuem com a previdência social. Em 10 anos, o órgão perdeu cerca de 20 mil colaboradores, indo de 39 mil para 19.768 servidores. O R7 pediu ao instituto a lotação por unidade federativa, mas o INSS disponibilizou apenas os dados por região. Confira:
• Sudeste: 7.624 servidores (38,5%)
• Nordeste: 5.598 servidores (28,3%)
• Sul: 3.253 servidores (16,4%)
• Centro-Oeste: 2.151 servidores (10,8%)
• Norte: 1.142 servidores (6%)

Técnico e perito médico são as funções com maior vacância

As vacâncias no órgão atingem ao menos 150 funções, de diversos níveis educacionais. Técnico do seguro social é a carreira com mais carências, com 11.160, seguida por perito médico previdenciário (4.500) e agente de serviços diversos (1.601). Veja as funções com mais de 100 vacâncias:
• Técnico do seguro social: 11.160
• Perito médico previdenciário: 4.500
• Agente de servicos diversos: 1.601
• Datilógrafo: 859
• Analista do seguro social: 399
• Agente de vigilância: 348
• Assistente social: 338
• Motorista: 252
• Administrador: 232
• Contador: 151

O que dizem os órgãos

Em nota ao R7, o INSS afirmou que, “como em todo órgão que tem menos pessoas e uma demanda crescente, a vacância pode afetar a análise de requerimentos”. Para diminuir o problema, o órgão tem apostado em soluções digitais.

O INSS, além de chamar 1.000 concursados que estão exclusivamente na análise de benefícios, tem simplificado os processos pelo aplicativo Meu INSS — que oferece 100 serviços ao segurado de forma digital — e, desde o final de julho, está em andamento o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social, que visa trazer para dentro do prazo legal de 45 dias todos os requerimentos que estão no aguardo de análise. 

INSS, EM NOTA AO R7

Os últimos concursos para o INSS foram em 2015 e 2022. Segundo o instituto, 1.000 aprovados na prova de 2022 já foram convocados. O órgão pediu que outros 250 aprovados sejam nomeados.

“O INSS também enviou ao Ministério da Previdência Social pedido para que os demais aprovados do cadastro reserva (1.894) sejam convocados. Contudo, a nomeação deste excedente depende de publicação de decreto da Presidência da República”, completou em nota.

Novo concurso ainda é incerto

Quanto à previsão de novos concursos, o INSS informou à reportagem que incluiu a necessidade no projeto de Lei Orçamentária, “mas não há data, porque depende da aprovação do orçamento”.

Em resposta ao R7, o Ministério da Previdência Social reforçou a informação e acrescentou que novos certames estão em discussão. “O ministério e o INSS estão em tratativas para a realização de novos concursos, para a carreira do seguro social e para peritos médicos”, escreveu.

R7