Campos Neto é eleito presidente de Banco Central do ano na América Latina

Roberto Campos Neto, 53, foi eleito presidente do Banco Central do ano na América Latina pelo LatinFinance Banks of the Year Awards, que celebra a excelência em serviços financeiros na região. O economista, anunciado no cargo pelo presidente Jair Bolsonaro em 15 de novembro de 2018, recebeu elogios pela forma como conduziu o sistema financeiro brasileiro para conter os efeitos da pandemia de Covid-19, da guerra da Ucrânia e da recessão global.

A premiação também indica a atuação eficaz de Campos Neto na política monetária entre julho de 2021 e junho de 2022 — o que demonstra o crescimento da credibilidade do Banco Central como instituição.

A partir de março de 2021, por exemplo, o BC iniciou uma política de aumento dos juros, cuja taxa anual passou de 2% para 13,75% ao ano. A austeridade foi defendida por Campos Neto, que tem sinalizado a alta da Selic por mais tempo do que o custo apontado pelo mercado.

“A instituição foi um dos primeiros bancos centrais do mundo a iniciar seu ciclo de aperto em março de 2021”, lembrou o presidente, em declaração à LatinFinance.

Além de recuperar a credibilidade no mercado de capitais internacional, Campos Neto também conseguiu implementar uma agenda de modernização do sistema financeiro do país, com o lançamento do Pix e do sistema financeiro aberto (Open Finance) — solução que permite o compartilhamento de dados sobre produtos e informações monetárias.

O economista é neto do diplomata Roberto Campos (1917-2001), defensor do liberalismo e ex-ministro do Planejamento de Humberto de Alencar Castelo Branco, o primeiro presidente do regime militar brasileiro.

Antes de estar à frente do BC, Campos Neto era responsável pela tesouraria para as Américas no banco Santander.

R7