Com cobertura maior que a nacional, IBGE já visitou 1 em cada três domicílios baianos
Traduzir o Brasil em números. É este o desafio assumido pelo Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada dez anos. A principal pesquisa realizada no país percorre todos os municípios brasileiros e faz perguntas importantes para entender como vivem os brasileiros. Na Bahia, até esta terça-feira (16), 1 em cada 3 domicílios já havia recebido a visita de um recenseador.
O desafio de coletar os mais diversos dados em um país continental não é novo. O Censo 2022 é a 13ª edição da pesquisa. O primeiro foi realizado em 1872, no Império, e o IBGE fez o seu primeiro Censo em 1940. A edição mais recente deveria ter ocorrido em 2020 mas foi adiada em razão da pandemia e de cortes realizados no orçamento do órgão pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
O atraso na realização da pesquisa poderia ter sido de apenas um ano, já que o IBGE chegou a considerar a realização do trabalho em 2021. O orçamento para o censo, no entanto, foi cortado pelo governo federal sob o argumento de ‘falta de verba’. O assunto chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu pela obrigação do governo em reservar a verba e realizar a pesquisa em 2022.
Agora, com duas semanas desde o início das pesquisas, 33,1% dos domicílios baianos já haviam respondido às perguntas da pesquisa, o que coloca o estado em quinto lugar no ranking dos estados com maior cobertura. A abrangência da cobertura baiana é maior do que a nacional, que no mesmo período atingiu 22,9% dos domicílios brasileiros.
“Esta é a pesquisa estatística mais importante do país, por ser a única pesquisa que vai a todos os domicílios do país. Ele consegue ter um retrato detalhado e amplo de quem é e como vive a população do país com temas que apenas o censo investiga”, aponta Mariana Viveiros, coordenadora de Divulgação do Censo 2022 na Bahia. Entre os temas que são pesquisados apenas pelo censo estão dados sobre a população indigena, pessoas com deficiência, e religião
Na edição de 2022 as perguntas trazem algumas novidades. Será possível coletar dados inéditos para o país. Entre as novidades estão o mapeamento de pessoas com autismo, quilombolas e do meio de transporte utilizado para deslocamento entre a casa e o trabalho ou estudo. Segundo o IBGE, os dados resultantes do censo, que devem ser divulgados até dezembro, são fundamentais para a elaboração e avaliação de políticas públicas como também para que o setor privado tenha parâmetros para decidir por investir ou não em determinado público ou setor.
Além de novidades nos temas das perguntas, pela primeira vez, a pesquisa vai georreferenciar todos os domicílios visitados, ou seja, determinar suas coordenadas geográficas. Outra novidade é a possibilidade de, ao receber o recenseador, o entrevistado escolher por responder a pesquisa pela internet ou através do agendamento de uma ligação de telefone, ao invés de responder aos questionamentos pessoalmente. .
Todas as novidades tem o objetivo de ampliar a cobertura “É necessário que a gente chegue a todos os domicílios, que todos os lugares onde mora pelo menos uma pessoa abram as portas para o recenseador para que a gente compense esse atraso de dois anos e tenha números de qualidade”, explica Mariana.
Metro 1