Novo imortal, Gilberto Gil é eleito para Academia Brasileira de Letras
O cantor e compositor baiano Gilberto Gil, de 79 anos, foi eleito nesta quinta-feira, 11, para ocupar a cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele foi eleito com 21 votos.
Gil foi escolhido como novo ocupante da cadeira, que ficou vaga com a morte do jornalista Murilo Melo Filho, em 27 de maio de 2020. Na votação, ele superou o poeta Salgado Maranhão (7 votos) e o escritor Ricardo Daunt (nenhum voto). Já ocuparam a cadeira 20 Salvador de Mendonça (fundador), Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão e Aurélio de Lyra Tavares.
Gil acompanhou a votação em casa, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, já que uma norma da ABL proíbe que candidatos participem da sessão.
”Gilberto Gil traduz o diálogo entre a cultura erudita e a cultura popular. Poeta de um Brasil profundo e cosmopolita. Atento a todos os apelos e demandas de nosso povo. Nós o recebemos com afeto e alegria”, declarou o presidente da ABL, acadêmico Marco Lucchesi.
Ministro da Cultura de 2003 a 2008, durante o governo Lula, Gil é um dos principais expoentes do movimento tropicalista, responsável por uma revolução na música e na estética brasileira a partir dos anos 1960.
Dono de uma extensa discografia com mais de 50 álbuns, Gil é considerado um dos maiores artistas do Brasil e simbolo da Tropicália, o movimento cultural que trouxe inovações estéticas nos anos 1960. Vencedor de dois prêmios Grammy Awards e dois Grammy Latino, o cantor, compositor e produtor musical, foi nomeado “Artista pela Paz”, pela Unesco em 1999.
Ele também publicou o livro “Todas as letras” em 1996, cumprindo o pré-requisito de ter pelo menos um título publicado para poder se candidatar à ABL. Em 1988, o cantor também foi vereador de Salvador. Entre 2002 e 2003, atuou como ministro da Cultura do primeiro governo Lula.
Instituição cultural inaugurada em 20 de julho de 1897, com sede no Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Letras (ABL) tem como objetivo o cultivo da língua e da literatura nacional. A ABL é composta de 40 membros efetivos e perpétuos, o que significa que após ser eleito, o vínculo do acadêmico com a instituição dura até o fim de sua vida.
No dia 4 de novembro, a atriz Fernanda Montenegro, de 92 anos, foi eleita por maioria absoluta à cadeira de número 17 da ABL. Ela recebeu 32 dos 34 votos dos acadêmicos — dois foram brancos.
A Tarde