Opinião: Praça São José, em Ipirá, vira local de desordem

MINHA PRAÇA TRANSFORMADA EM BADERNA

Eu nasci, passei minha infância e pré-adolescência no “Puxa”. A praça que sempre foi considerada o paraíso do centro da cidade, pois era o local onde as famílias se sentavam nas portas para receber os amigos, especialmente nas noites de calor, aproveitando a brisa ocasionada pelas imensas árvores. Quem morava na praça do Puxa, tinha o orgulho de dizer que morava no centro, mais tinha o sossego, pois tinha tudo perto, mais sem a ‘muvuca’ das outras praças.
Quando retornei para morar em Ipirá, minha vontade sempre foi voltar morar no Puxa e criar meus filhos mostrando pra eles onde tive minha infância tranquila e quando conseguir mais uma vez ser morador daquela praça, achei que estava realizando meu sonho, mais puro engano.
Com a chegada do asfalto e a bela biblioteca de vidro, o que se esperava que o progresso trouxesse mais beleza pra praça, os moradores viram a paz que sempre teve, se transformar num verdadeiro inferno especialmente nos finais de semana e feriados, quando um grupo de arruaceiros, com suas motos berradas, com um barulho infernal, fazem a disputa do “grau” manobra quando conduzem a moto com frente levantada, colocando em risco os moradores, e com isso, atraem outra gama de admiradores das manobras, que lotam a praça, e aí o consumo de bebidas alcoólica e drogas.
Para piorar o ambiente, o Puxa passou a ser o ponto de encontro de “gangues” rivais para disputa de poder, ocasionando constantes brigas. Semana passada um garoto de 14 anos, frequentador desses encontros foi espancado até fica desfalecido. Hoje mais um frequentador da praça, foi esfaqueado com vários golpes nas costas, braços e outras partes do corpo.
Será que o Puxa tem condições de voltar a ser a praça da família? O que fazer? E quem pode fazer? A quem recorrer?
Pra trazer tranquilidade a minha família, abandonamos nossa casa no Puxa e passamos a morar em outra rua. O sonho de criar meus filhos na praça onde vivi minha infância, virou pesadelo…

Por Manoel Hito

Imagem ilustrativa