Secretária interina liga alerta sobre variante Delta

A descoberta de 58 novos casos da variante Delta da Covid-19 na Bahia, totalizando 72 casos, deixou um alerta ligado para a população e para as autoridades de saúde na busca de impedir o avanço da variante, que é mais agressiva e tem um potencial de transmissão maior do que a P1, variante responsável pela ampla maioria dos casos no Brasil.

Com o crescimento de mais de 500% dos casos em uma única semana, a presença Da Delta na Bahia pode começar a se alastrar, como já ocorreu em São Paulo, que já passa dos 3.000 casos, e no Rio de Janeiro, onde beira os 1.500, colocando a população em risco.

Em entrevista para o programa Isso é Bahia da rádio A TARDE FM (103.9), a secretária-interina de Saúde do estado, Tereza Paim, afirmou que a maior arma na luta contra a disseminação da variante é a vacinação e explicou como se deu o novo protocolo de sequenciamento genético realizado pelo Lacen-BA que permitiu descobrir os novos casos da mutação no estado.

“Como a Delta é uma variante que se multiplica muito rápido, os procedimentos de vigilância em saúde anteriores era feito por alguns óbitos e situações específicas da condição do paciente, o que levava a investigar uma possível variante. A partir do dia 23 de setembro o Ministério da Saúde implanta uma nota técnica uma orientação para o aspecto epidemiológico e os laboratórios passam a ter uma vigilância genômica mais específica do Covid-19”, pontuou.

Como explicado pela secretária, a transmissão via P1 atinge “no máximo três pessoas” enquanto a Delta pode “alcançar até seis pessoas”. Essa diferença no alcance fez com que houvesse uma predominância da variante em novos casos.

“As amostras passam pelo sequenciamento genético completo, e o espalhamento da variante, o que já era esperado, começa a formar uma predominância da Delta sobre a P1. Se há um espalhamento maior, as pessoas que não estão protegidas vão estar mais vulneráveis. Deixamos um alerta para a população, lembrando que temos agora 20 dias do 7 de setembro, então como fruto daquelas aglomerações nós vemos o aumento daqueles casos”, disse.

“Tínhamos em média 2300 casos por dia e agora temos 2700 casos. Então temos que manter o alerta, manter as medidas de barreira, evitar a aglomeração e continuar com a vacinação, principalmente na segunda dose, já que a Delta consegue furar se a pessoa só tomou a 1ª dose”.

Terceira onda

Com o avanço da vacinação no estado, que aponta 92,6% dos habitantes vacinados com a 1ª dose e 35% com o esquema vacinal completo, a possibilidade da incidência de uma terceira onda perdeu força, mas, de acordo com a secretária, o alerta ainda precisa continuar ligado por conta da mutabilidade do vírus, algo que será combatido com o avanço contínuo da vacinação.

“A segunda onda foi muito impactante, tivemos uma grande quantidade de óbitos nos meses em que ela ocorreu, e a gente percebe que agora a gente já começa a ter uma diminuição perene do número de óbitos justamente por conta da vacinação. Nos educamos com os métodos de barreira e profilaxia, mas a vacinação vem como definidor e precisamos chegar ao máximo possível da população. Hoje temos a Delta, mas as variantes de preocupação estão aumentando em todo o planeta e teremos novas identificações de variantes”

A Tarde