Com corpos em rio, haitianos imploram por água após terremoto
Os haitianos ainda acordavam quando o terremoto de magnitude 7,2 atingiu o Sudoeste do Haiti, no último dia 14 de agosto. Por volta das 8h30 daquele dia, as altas montanhas que cercam o distrito de Jérémie começaram a trincar. A terra se desprendeu. Pedras gigantes rolaram e surpreenderam pequenas comunidades de agricultores, matando centenas de habitantes locais.
Muitas dessas comunidades ficavam à beira de rios que cortam as montanhas de Jérémie. Corpos foram encontrados nas águas que são essenciais para a subsistência daqueles que sobreviveram. Temendo contaminação da água, a comunidade deixou de usá-la para qualquer coisa. Desde então, toda água usada pelos moradores são fruto exclusivo de doações.
Alguns dos sobreviventes foram para áreas descampadas da região e fizeram ocupações com barracas artesanais feitas com materiais disponíveis -entre eles, entulhos do próprio terremoto. Em um desses acampamentos, 110 abrigos provisórios foram montados, com homens, mulheres, idosos e crianças implorando por qualquer tipo de ajuda.
Com risco de contaminação em rios, haitianos precisam de doações de água para tarefas básicas
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Cada carro que passa por ali é uma ponta de esperança para os abrigados. A cada carro que para, a expectativa se transforma em desespero: É preciso ser rápido para pegar as doações, que não são muitas, ou é grande o risco de ficar sem nada. Como ali há muitos agricultores, frutas são pegas por eles próprios nas proximidades. O principal item que falta é o mais básico: Água.
“Teve gente morrendo no topo da montanha, em manancial de água, então não podemos beber essa água, precisamos de ajuda humanitária”, diz o agricultor Sanon Frederic, de 41 anos. Desde criança, ele trabalha e vive na região de Jérémie com a agricultura. Ele planta banana, inhame e milho. Mesmo após o terremoto e dormindo de maneira precária no abrigo improvisado, ele continua trabalhando para tentar revender produtos que consegue nas proximidades.
R7