Preso suspeito de atear fogo à estátua de Borba Gato
Um homem suspeito de atear fogo à estátua do bandeirante Borba Gato no último sábado (24) foi preso temporariamente em São Paulo no início da tarde desta quarta-feira (28).
Em publicação nas redes sociais, a defesa informa que Paulo Lima se apresentou espontanamente ao 11º DP (Santo Amaro), na zona sul da capital, por volta das 13h e, em seguida, sua prisão temporária foi decretada.
De acordo com a publicação, o mandado de busca e apreensão para a residência de Paulo foi expedido para o local errado e ele apresentou o endereço correto, autorizando a entrada da polícia.
A mulher de Galo, Gessica, que foi à delegacia com o marido para colaborar com as investigações também teve prisão temporária decretada. De acordo com a defesa, Gessica não participou do ato e tem uma filha de 3 anos com Paulo.
Sobre a motivação do protesto, Paulo afirmou que se tratou de abrir o debate sobre a presença do monumento na cidade. “Para aqueles que dizem que a gente precisa ir por meios democráticos, o objetivo do ato foi abrir o debate. Agora, as pessoas decidem se elas querem uma estátua de 13 metros de altura de um genocida e abusador de mulheres”, comentou.
A defesa de Paulo informou ainda que, além dele, Danilo Oliveira (Biu), compareceu de forma espontânea para auxiliar nas investigações e assumir a participação no ato.
O caso
A estátua do bandeirante, localizada na praça Praça Augusto Tortorelo de Araújo, em Santo Amaro, foi incendiada no começo da tarde de sábado (24).
De acordo com a Polícia Militar, cerca de 20 pessoas atearam fogo em pneus colocados na base do monumento. O Revolução Periférica assumiu a autoria do incêndio. Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento em que uma faixa do grupo é exibida diante das chamas.
Os bombeiros foram acionados e controlaram o fogo cerca de 10 minutos após o início do incêndio. Quando a polícia chegou, os manifestantes já tinham deixado o local. Não houve feridos.
A estátua do bandeirante continua de pé, mas houve danos à estrutura. O monumento de concreto de cerca de 13 metros foi inaugurado em 1963 e já foi alvo de outros protestos. Em setembro de 2016, a obra foi pintada com tintas coloridas, assim como o Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera.
Borba Gato fez parte de um grupo que fazia incursões no interior do Brasil e perseguia povos indígenas no período colonial. Não eram, contudo, conhecidos como bandeirantes durante a época em que atuaram. Até então, eram chamados de paulistas ou sertanistas.
Suspeito solto
Um outro suspeito de participação no protesto chegou a ser preso e teve liberdade provisória concedida após recurso da Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Thiago Vieira Zem, de 35 anos deixou a carceragem do 101° DP, no Jardim das Imbuias, durante a tarde deste domingo (25).
Comerciante, Thiago foi preso em sua casa em Ferraz de Vasconcelos, na região metropolitana de São Paulo. Ele é apontado como o motorista da van que conduziu as pessoas que atearam fogo à estátua, e alega ter sido contratado para levar os pneus.
Quando chegaram no local, outros manifestantes já os esperavam. Após descarregarem o caminhão, Thiago saiu do local.
A Polícia Civil registrou o caso como incêndio e dano qualificado. A adulteração da placa do caminhão também foi apontada como crime.
R7