Campanha ‘Abril Marrom’ busca conscientizar sobre prevenção à cegueira
Criada com o objetivo de conscientizar sobre o tratamento e diagnóstico precoce das doenças que afetam a visão e podem levar à cegueira, a campanha “Abril Marrom” é celebrada nacionalmente desde 2016 e a escolha desse tom para representar o mês se deu pelo fato desta ser a cor de íris mais comum nos olhos dos brasileiros.
De acordo com o oftalmologista do Sistema Hapvida, Breno Leão, o primeiro cuidado básico para evitar a cegueira nas pessoas é feito após o nascimento, com o teste do olhinho. “Ali é realizada uma triagem para identificar se há a existência do retinoblastoma, que é um câncer de retina muito comum em recém nascidos. Caso o diagnóstico não revele nenhuma patologia, um novo mapeamento da retina é feito entre os dois e cinco anos de idade para avaliar se há a necessidade do uso de óculos”, explica Leão. No caso das crianças, o especialista alerta que o uso excessivo de aparelhos eletrônicos pode ser um grande problema para a visão. Com o ensino remoto, essa exposição intensa dos olhos tem sido bastante recorrente e, após as aulas, o médico recomenda um período de descanso para este público.
Aos adultos, o acompanhamento oftalmológico, semestral ou anualmente, é um ponto indicado pelo oftalmologista. Nessas consultas rotineiras é possível realizar a triagem de glaucoma, catarata e retinopatia diabética, além de orientar o cuidado com doenças externas ao sistema ocular, como infecção fúngica, que também podem levar à cegueira.
Casos reversíveis e definitivos
Existe uma diferenciação nos casos de cegueira, onde alguns podem ser reversíveis, sendo a maior causa deles, a catarata. Neste caso, Leão explica que, a partir da troca do cristalino por uma lente artificial, a visão é reabilitada 100%. Já entre os casos irreversíveis, o especialista destaca o glaucoma e a degeneração macular relacionada à idade, sendo esta última reflexo do envelhecimento da retina. “As duas doenças são tratadas e a progressão da cegueira pode ser controlada, mas não é possível restabelecer a visão que foi perdida anteriormente”, explica.
Ao longo da pandemia, o oftalmologista aponta um número maior de casos de pessoas, no consultório, com miopia e astigmatismo, relacionados pelo maior uso de computadores, tablets, celulares e similares. Nestes casos, o uso do óculos é a melhor opção de tratamento, sobretudo com lentes antirreflexo e controle da luz azul.
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