Telemedicina aumenta acesso a serviço de saúde

Você já parou para pensar na dificuldade de acesso à saúde que os habitantes das áreas mais remotas do país enfrentam? Essa é uma realidade para milhares de pessoas, como os indígenas da região amazônica, que participaram de um projeto de telemedicina, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein.

A medida foi testada durante o final de julho e o começo de agosto deste ano, no Distrito Sanitário Especial Indígena Alto Rio Negro. O intuito era diminuir o tempo de espera das consultas e aumentar o atendimento especializado em psiquiatria, reumatologia, cardiologia, ortopedia, neurologia, pediatria, cirurgia geral, urologia e pneumologia. 

Ao redor do mundo, países como Estados Unidos, Canadá, México, Índia, Rússia, China, Japão, Austrália e grande parte do continente europeu já utilizam a telemedicina como complemento dos serviços de saúde. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o exercício é a “oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde, nos casos em que a distância ou o tempo é um fator crítico (…) providos por profissionais da área de saúde, usando tecnologias de informação e de comunicação para o intercâmbio de informações”.

Aqui, no Brasil, a prática era permitida pelo Conselho Federal de Medicina apenas em casos específicos e emergenciais, para consultar médicos especialistas que poderiam emitir laudos e auxiliar diagnósticos ou tratamentos, desde que o paciente estivesse na presença de um outro médico. Mas a pandemia de Covid-19 fez com que os serviços de telemedicina fossem ampliados e autorizados em caráter emergencial durante este período.

A portaria nº 467, de 20 de março de 2020, do Ministério da Saúde, passou a permitir o atendimento médico remoto para “emitir atestados ou receitas médicas em meio eletrônico, usando assinatura eletrônica”. Dessa maneira, hospitais puderam instalar equipes de telemedicina, tanto para acompanhar pacientes com suspeita ou grau leve de Covid-19, quanto dar continuidade aos tratamentos que não podiam ser interrompidos. 

No entanto, é importante levar a telemedicina em consideração também para o cenário pós-pandemia. De acordo com a pesquisa Demografia Médica 2018, da Associação Médica Brasileira, em todo o país, existem 282.298 médicos especializados, e desses, 54% estão na região Sudeste.

O Conselho Federal de Medicina regulamenta a telemedicina no Brasil desde 2002 e reconhece a importância que a atividade tem na ampliação da assistência de saúde. Por isso, o órgão pretende desenvolver uma nova resolução e propor normas éticas, técnicas e seguras, que garantam o atendimento médico de qualidade nas áreas que mais carecem.  

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